Odiamos que nos acordem e digam: "Estavas a dormir?"

Cá vai mais um artigo que nos põe a rir até mais não.. Como não podia deixar de ser, mais um artigo dessa revista maravilhosa, a TimeOut Lisboa.

"Vamos lá esclarecer uma coisa: há perguntas que não se fazem. Por exemplo, não se pergunta a uma pessoa que está a beber um copo de água com sofreguidão se ela está cheia de sede, não se pergunta a uma pessoa que está a chorar as pedras da calçada se ela está triste e não, não, não, nunca se pergunta a uma pessoa que está a dormir se ela está acordada. Até porque é uma hipocrisia. A pessoa que pergunta a outra “estás a dormir?” está fartinha de saber que sim, até há cinco segundos estávamos a dormir. Não estávamos a dormir profundamente, ou não teríamos ouvido a pergunta. Mas já estávamos confortáveis no nosso sono e o sono é uma coisa importante. Claro que nestas alturas temos vontade de responder coisas parvas, como “não, estou aqui com o cobertor até às orelhas, mas estava só a meditar sobre a situação geo-política do Médio Oriente” ou “não, estava a ressonar porque estou com comichão no céu da boca”. O pior é quando depois de um não arrastado, a pessoa que nos acordou diz alegremente (dando um pulinho na cama ao mesmo tempo): “Bem me parecia! Olha...” E aí está tudo estragado. Temos conversa para pelo menos meia-hora e perguntas como “estás a perceber?”, “o que é que tu fazias na minha situação?”. Porque, sim, é evidente que às duas da manhã de um dia de semana o que nós mais queremos é dar opiniões."

Ângela Marques
terça-feira, 30 de Março de 2010, in timeout.pt

Girl form Ipanema

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