Um pedido de casamento, uma serenata ou uma tatuagem com o nome da pessoa amada são tudo bonitas declarações de amor e de quero-ficar-contigo-para-sempre. No entanto, nenhuma delas é uma prova de amor tão grande como é dar o fim do Cornetto.
Dar o fim do Cornetto, aquele bocadinho de cone com chocolate concentrado, é assim como dar a fatia do meio da torrada ou o único pastel de Belém quentinho que ficou no pacote. Dar isso é dar o maior amor do mundo. É dar o melhor do mundo, ou pelo menos do mundo que é o universo do nosso estômago e das nossas papilas gustativas.
Custa separarmo-nos dele, e negar à barriga um pequeno prazer de 30 segundos. Porque o fim do Cornetto é uma delícia, e deviam ser erguidas estátuas à alma criativa da Olá que resolveu criar esta espécie de brinde. Porque é preciso esperar para lá chegar mas sabemos que o chocolate não derrete e vai estar no ponto certo, e porque é o remate perfeito da degustação do gelado. Podem falar da pastilha do Epá, que também está no fim e que gira que é, uma bolinha colorida mesmo com a forma do pacote. Sim, é gira. Mas fica dura ao fim de três mastigadelas. Não tem bolacha crocante à volta. Ou chocolate. E sobretudo, não tem nada a ver com o requinte do fim do Cornetto.
Ana Dias Ferreira terça-feira, 23 de Junho de 2009 in timeout.pt
Girl from Ipanema
0 comentários:
Enviar um comentário